CRIMES SEXUAIS COMO ARMA DE GUERRA: DO CASO AKAYESU ATÉ O PRÊMIO NOBEL DA PAZ PARA ATIVISTAS CONTRA O USO DE VIOLÊNCIA SEXUAL NAS GUERRAS

Autores

  • Dirceu Pereira Siqueira Centro Universitário Unicesumar - Maringá-PR
  • Ligia Maria Lario Fructuozo Centro Universitário Unicesumar - Maringá-PR

DOI:

https://doi.org/10.36751/rdh.v20i1.1303

Palavras-chave:

Crimes Sexuais. Crime de Genocídio. Crimes Contra a Humanidade. Arma de Guerra. Prêmio Nobel

Resumo

Crimes sexuais tem se mostrado uma arma poderosa e cada vez mais comum num contexto de conflito armado. A violência sexual contra as mulheres é perpetrada por meio de atos que vão desde estupro, escravidão sexual, prostituição forçada, gravidez forçada, esterilização bem como qualquer outra forma de violência no campo sexual de gravidade comparável. Nesse contexto, o presente trabalho realizará uma análise sobre a evolução do processo que levou aos crimes sexuais serem reconhecidos como condutas consumativas do crime de genocídio e crimes contra a humanidade. Explanará, também, acerca do caso Prosecutor vs Jean Paul Akayesu, o qual teve a primeira condenação da história reconhecendo o estupro e outros atos de violência sexual como crime de genocídio. Por fim, será evidenciado os dois ganhadores do Prêmio Nobel da Paz de 2018, o médico ginecologista da República Democrática do Congo Denis Mukwege e a ativista Nadia Murad, sobrevivente da escravidão sexual imposta pelo Estado Islâmico no Iraque. Para tanto, será utilizado o método analítico dedutivo, que partirá da análise geral da evolução da necessidade de proteção internacional dos direitos humanos no sentido de criminalizar o genocídio e crimes conta a humanidade até o reconhecimento de crimes sexuais como arma de guerra. Também será empregado o método dialético para considerar o contexto atual desta questão, na luta contra a violência sexual nas guerras.

Biografia do Autor

Dirceu Pereira Siqueira, Centro Universitário Unicesumar - Maringá-PR

Coordenador e Professor Permanente do Programa de Doutorado e Mestrado em Direito do Centro Universitário Cesumar (UniCesumar); Pós-doutor em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (Portugal), Doutor e Mestre em Direito Constitucional pela Instituição Toledo de Ensino - ITE/Bauru, Especialista Lato Sensu em Direito Civil e Processual Civil pelo Centro Universitário de Rio Preto, Pesquisador Bolsista - Modalidade Produtividade em Pesquisa para Doutor - PPD - do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICETI), Professor nos cursos de graduação em direito da Universidade de Araraquara (UNIARA), do Centro Universitário Unifafibe (UNIFAFIBE) e do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos (UNIFEB), Professor Convidado do Programa de Mestrado University Missouri State – EUA, Editor da Revista Direitos Sociais e Políticas Públicas (Qualis B1), Consultor Jurídico, Parecerista, Advogado.

Ligia Maria Lario Fructuozo, Centro Universitário Unicesumar - Maringá-PR

Mestranda em Ciências Jurídicas no Centro Universitário de Maringá-PR (UniCesumar); Especialista em Direito Penal e Direito Processual Penal pelo Centro Universitário Antônio Eufrásio de Toledo de Presidente Prudente-SP; Bolsista - Modalidade Produtividade em Pesquisa para Doutor - PPD - do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICETI); Professora e Supervisora de Prática Jurídica na mesma Instituição.

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Publicado

2021-11-29

Como Citar

Siqueira, D. P., & Fructuozo, L. M. L. (2021). CRIMES SEXUAIS COMO ARMA DE GUERRA: DO CASO AKAYESU ATÉ O PRÊMIO NOBEL DA PAZ PARA ATIVISTAS CONTRA O USO DE VIOLÊNCIA SEXUAL NAS GUERRAS. Revista Direitos Humanos Fundamentais, 20(1). https://doi.org/10.36751/rdh.v20i1.1303

Edição

Seção

Direitos Humanos em sua Dimensão Material