A BIOPOLÍTICA E O RACISMO DE ESTADO EM MICHEL FOUCAULT: FERRAMENTAS CONCEITUAIS PARA A ANÁLISE E COMPREENSÃO DA SELETIVIDADE E DA VIOLÊNCIA NO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO

Autores

  • Maiquel Ângelo Dezordi Wermuth Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ; Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS.
  • Luana Rambo Assis Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ

DOI:

https://doi.org/10.36751/rdh.v16i1.1115

Palavras-chave:

Biopolítica, Racismo, Seletividade, Sistema Prisional

Resumo

Analisando sua genealogia, pode-se afirmar que, em seus primórdios, a finalidade da pena privativa de liberdade se constituiu na produção e disciplinamento de corpos dóceis. A ideia era submeter o corpo a uma maquinaria de poder com o objetivo único de moldar o comportamento humano na tentativa de atender aos interesses relacionados ao capitalismo em ascensão. Evidencia-se que subjaz aos discursos clássicos de legitimação do poder de punir do Estado o interesse em extrair dos indivíduos encarcerados o máximo de produtividade, o que revela o liame entre a pena privativa de liberdade e o sistema de produção. Mudanças significativas surgiram com o desenrolar do tempo, e o disciplinamento individual dos corpos deu origem à gestão política da vida humana, fenômeno este que se materializa na biopolítica. A biopolítica é uma tecnologia de poder que estipula os sujeitos que serão incluídos no processo de produção, bem como exclui determinadas parcelas consideradas desnecessárias e irrelevantes do ponto de vista econômico. Em sua operacionalização, a biopolítica permite falar no surgimento do “racismo de Estado”, pelo qual se busca a segregação de certos segmentos que de alguma maneira não atendem aos padrões normativos/sociais vigentes. A segregação e a seletividade, bem como a violência existente no sistema prisional brasileiro evidenciam o viés biopolítico presente nesse universo, afinal a grande massa de pessoas privadas de liberdade que abarrotam o sistema carcerário advém de camadas hipossuficientes nas quais as condições de vulnerabilidade e privações assumem proporções dantescas.

Biografia do Autor

Maiquel Ângelo Dezordi Wermuth, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ; Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS.

Doutor em Direito Público pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS; Professor do Mestrado em Direitos Humanos da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ; Professor do Curso de Graduação em Direito da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS.

Luana Rambo Assis, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ

Bacharel em Serviço Social pela URI; Mestre em Direitos Humanos pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ.

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Publicado

2017-12-15

Como Citar

Wermuth, M. Ângelo D., & Assis, L. R. (2017). A BIOPOLÍTICA E O RACISMO DE ESTADO EM MICHEL FOUCAULT: FERRAMENTAS CONCEITUAIS PARA A ANÁLISE E COMPREENSÃO DA SELETIVIDADE E DA VIOLÊNCIA NO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO. Revista Direitos Humanos Fundamentais, 16(1). https://doi.org/10.36751/rdh.v16i1.1115

Edição

Seção

Doutrina Nacional